Você
já parou pra pensar se sabe usar o ócio?
Tereza Cristina
A nossa sociedade está fundamentada num modelo
que é centrado na idolatria do trabalho, do mercado e da competitividade. Então, vejo o sentido da advertência feita por Nietzsche em "Assim falava Zaratustra".
Nessa perspectiva, os currículos
escolares estabelecem uma rotina organizada a partir de uma educação
mecanicista, onde o aluno não constrói sua vida através de seu próprio pensar e
sentir. Inclusive, existe uma metodologia centrada num ativismo constante, pra
fazer sobrar menos tempo disponível supondo assim, minimizar o nível de
agressividade entre os jovens.
Cientificamente, é sabido que o ser
humano passa necessariamente pelo processo de questionamentos internos sobre o
que encontra já posto no ambiente em que vive. Essa inquietude, contrário ao
que parece, ajuda na formação saudável, na capacidade do despertar de cada um.
É por essa via que se chega mais facilmente a um adulto equilibrado. É certa,
que nessa condição, a educação será mais complexa, mais trabalhosa, mas,
também, mais eficiente humanamente falando. O investimento na orientação
educativa proporciona um retorno de uma vida saudável em sociedade, longe das
neuroses, das paixões desenfreadas, dos equívocos, dos vazios... É preciso
urgentemente, que políticas públicas voltem-se pra realizações nesse sentido. É necessário, uma ação
conjugada entre as áreas sociais e humanas para que haja uma maior interação
entre o trabalho, o tempo livre e o estudo, a fim de que os indivíduos sejam
educados a privilegiar a satisfação de necessidades radicais, como a
introspecção, a amizade, o amor, as atividades lúdicas e a convivência. Só
dessa maneira, interromperemos a corrida para o caos social.
Nada mais simples que estabelecer um
plano integrado que conduza à consecução dos mesmos objetivos: uma sociedade
mais saudável em todos os aspectos.
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