terça-feira, 21 de agosto de 2018

Resistência

Resistência
Tereza Cristina


Esperança de que este amor siga forte
Embalado pela canção do tempo
Encantado pelo desejo de amar
Amando além da vida
Vivendo além de sonhar.

Desejos de que este amor seja forte
Rompendo olhares impiedosos
Com fome arbitrária do julgo.
E convicto de si mesmo
Convença a todo mundo.

Portanto, com este amor tão forte
Serei seguidora apenas de mim
Ouvindo a voz do meu coração
Servindo à liberdade na ceia da vida
Com princípios para um fim.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Equívocos do coração








































Equívocos do coração
(Tereza Cristina)

Aquiete coração!
Acha pouco tuas quedas?

Não pule diante de um olhar,
de uma voz,
de um vulto...

Miragens não viram verdades.

Pelo que já viveste, te falta asas.
Aprende então a manter os pés no chão.

Fique atento ao compasso do universo
e pulse na tua posição.

Aquiete-se!
Teimosia não te fará voar.
Aquiete tua euforia.

A vida requer mais que sonho.
E, um sonho precisa de vida!

Fique onde está, coração!
O meu peito já não é suficiente?
Aquiete essa imaginação!

Já não basta essa saudade,
essa tristeza,
essa espera?

Aquiete em solidão.
Quem sabe assim
despertará, coração.


domingo, 12 de agosto de 2018

Seu Bebé: Meu Pai!






Seu Bebé: Meu pai!
Tereza Cristina

Hoje, dia dos pais, lembro muito da minha mãe... Como não lembrar se ela foi quem o escolheu? Nesta lembrança, recordo situações marcantes, protagonizadas por minha mãe, para realçar a figura de meu pai.
Certa vez, no início de minha infância, em presença dos meus pais, alguém me perguntou de quem eu gostava mais. E eu, com apenas dois anos de idade de forma ingênua, respondi que era da minha mãe. Ela instantaneamente me repreendeu dizendo: “não Tereza Cristina, você deve gostar de papai e de mamãe por igual; não deve ter preferência de amor. Nós dois, seu pai e eu, somos importantes para você.” Nessa mesma época, vivia próximo dos meus avós maternos e sentia que eles tinham por meu pai um sentimento dedicado aos seus filhos tanto que o aprovavam.
 Episódios semelhantes nunca saíram de minha mente e a partir deles fui construindo ainda mais um afeto e uma admiração por minha mãe que me fez aprender a conhecer o ser humano incrível que é meu pai.
Com ele, aprendi que a figura paterna não tem que se enquadrar nos requisitos estabelecidos pela nossa cultura machista. Que apesar da função biológica que a mãe tem de acolher no seio sua prole para amamentar, o abraço do pai tem que servir de proteção tanto quanto o calor do leite materno. Que este abraço deve alcançar os gestos que para além dos braços dizem da proteção aos filhos. Um abraço que mesmo na sua ausência, permaneça e proteja. Que essa proteção extrapole sua condição social e econômica e assim, não tenha como medida o seu poder aquisitivo. Foi nessa perspectiva que cresci arrodeada de carinho e tudo o mais me veio. Tudo o que era essencial. Nada ‘em ordem de pobre’ faltou.
Por vezes me peguei sendo questionada sobre a figura de meu pai. A sua pouca leitura, a sua simplicidade, a sua imagem que aprendi a admirar foi certo dia colocada à prova por uma prima. Convicta de suas teorias, disse que minha mãe deveria ter muito cuidado com o desenvolvimento de meu irmão; ela apontava a influência que um pai tinha sobre um filho ‘homem’ e de forma negativa, alertava sobre a extensão dessa influência com relação à meu pai. Minha mãe que tinha a sabedoria de discernir o momento de contestar ouviu calada e posteriormente, com o coração magoado, falou comigo a respeito daquela conversa. Nessa época, já me encontrava nos bancos universitários e por isso mesmo percebi quão importante era o conteúdo do diálogo promovido por minha mãe a esse respeito.  Outra situação que me entristeceu foi escutar uma opinião que argumentou o término de uma relação de namoro com a justificativa de que se meu pai fosse estudado ou rico ela não teria ocorrido. Com certa melancolia, comentei esse fato com minha mãe que prontamente me consolou dizendo que se isso fosse verdade essa pessoa não me mereceria por não conseguir perceber os valores fundamentais da vida. Nesse instante, realçou meu pai como um provedor que em circunstâncias difíceis de nossa vida com boa vontade, providenciou recursos para possibilitar a superação de passagens familiares que envolviam questões de saúde. E, foram momentos como esse que a vida nos impõe limites, que não fosse sua visão esperançosa para as possibilidades, sua persistência e sua garra não teriamos alcançado a superação das dificuldades.
Hoje, encontro-me convivendo com meu pai e com a posição invertida de quem cuida ao modo de quem foi cuidada e de quem se exemplifica nos cuidados que a família recebeu. Vendo sua fragilidade física, mas com sua lucidez ainda preservada, tenho a certeza de que devo agradecer pelo pai que Deus me concedeu. Confiando na proteção espiritual que emitem boas energias ao nosso convívio, rogo pela sua saúde e vida, agradecendo pela companhia amorosa de quem sempre desejou tudo de melhor para sua família.