Da escuridão que a melancolia traz vem a descoberta do que nos falta, do que nos alegra... Nisso, surge a luz... Ao menos um ponto de luz em forma de estrela... Pode parecer distante, mas a estrela de cada um existe. Basta tentar...
terça-feira, 25 de julho de 2017
Escrever... Registrar o sentir e o pensar... Como guardar o bonito se
não ouvimos a alegria que sai do nosso coração? Escrever o que pensamos
pode ser útil. Mas, bonito mesmo é a expressão que sai dos nossos
sentimentos. Mesmo quando tem um toque de melancolia. Ela sempre é
momentânea e dá passagem à esperança...
Da escuridão que a melancolia traz vem a descoberta do que nos falta, do que nos alegra... Nisso, surge a luz... Ao menos um ponto de luz em forma de estrela... Pode parecer distante, mas a estrela de cada um existe. Basta tentar...
Da escuridão que a melancolia traz vem a descoberta do que nos falta, do que nos alegra... Nisso, surge a luz... Ao menos um ponto de luz em forma de estrela... Pode parecer distante, mas a estrela de cada um existe. Basta tentar...
sábado, 22 de julho de 2017
Um doutor do povo
Um doutor do povo!
Em minha infância um médico estava no
mesmo patamar de importância social de um Juiz e de um padre. Eram outros
tempos. Os valores proclamados na vida comunitária se estabeleciam pela ética,
pela competência e pelo fator humanitário. Nossa cidade ainda não possuía o
viés do progresso que em si carrega o valor do capital. Havia tempo para
cadeiras nas calçadas e passeios a pé. As pessoas se conheciam e mantinham um
respeito necessário à harmonia da vida em comunidade.
No entanto, no desenvolvimento humano havia
lacunas que ainda são observadas nos dias de hoje. A falta de água potável,
saneamento básico e esgotamento sanitário determinavam os problemas mais frequentes
de saúde pública. Dessa forma, a importância do médico se fazia bem mais notada.
Principalmente quando esse médico assumia a função humana acima da
profissional. Nesse contexto, a atuação de Dr. Pedro Garcia Moreno se
caracterizava pela sua capacidade de olhar com mais atenção as classes menos
favorecidas. Vocacionado e compromissado com as causas da medicina,
independentemente da existência de políticas de saúde publicas, atuava a
contento no atendimento às pessoas mais simples e sem recursos. Era comum vê-lo
atender pacientes no seu domicílio sem que para isso fosse remunerado. Por
vezes, vidas chegaram ao mundo por suas mãos no leito de sua própria
residência. A inexistência de uma maternidade não o impedia de contribuir com
os seus conhecimentos para minimizar o sofrimento das parturientes que,
atendidas por parteiras, não conseguiam dar à luz com facilidade. Em socorro
dessas mulheres, não se furtava em se fazer presente para gratuitamente
colaborar com seus conhecimentos de médico.
Em certa ocasião, presenciei minha
mãe comparando-o um personagem de uma novela que encenava um médico de uma
Aldeia e atendia pacientes vistos com natural rejeição por parte da sociedade.
Eram pessoas que viviam em situações sub-humanas, moradores das periferias, das
ruas, dos prostíbulos, dos orfanatos e dos asilos. Esse personagem causava
admiração, e apesar de ser um papel coadjuvante na história, se impôs como principal
perante minha mãe que orgulhosamente dizia: - Esse médico parece com Dr. Pedro.
Ao ouvir isso, meu pai fazia questão
de relembrar do atendimento que ele prestou a mim quando criança, em minha, casa
sem cobrar a consulta.
Esse era o perfil de Dr. Pedro Garcia
Moreno: um médico humanista que, acima da medicina, tinha ciência de sua missão
espiritual entre nós e com seu jeito simples de conduzir os conhecimentos
adquiridos se misturava aos que considerava iguais, mesmo sendo ele uma
referência para muitas gerações de médicos.
A medicina não fora para ele um
ofício, e sim uma missão. Dela se serviu para servir. Nela viveu até seus
últimos dias. Mas, antes, teve outra tarefa fundamental: a de sensibilizar sobre
a necessidade de se perceber a vida além do corpo.
Com essa outra missão, fez Escola de
doutrinamento espírita e ainda hoje continua fazendo o bem através de sua
energia que está no meio dos que dele precisam.
Tereza Cristina Pinheiro Souza
quinta-feira, 13 de julho de 2017
terça-feira, 11 de julho de 2017
Palavras: seus muros e suas pontes
Palavras:
seus muros e suas pontes
Tereza Cristina
Quando
fui convidada a escrever na coluna de educação em um espaço jornalístico, tive
inconscientemente uma resistência natural de quem sabe o valor do tema
proposto. Aos poucos fui digerindo a ideia e lembrei-me dos limites das
palavras. Foi então que ponderei meu espanto.
Quem
não teme as palavras proferidas corre o risco de torná-las muros. Neste
sentido, recuso juntar as letras.
As
letras como aprendi no alfabeto eram meigas. De um jeito lúdico, representavam
o início de um animalzinho que nas imagens coloridas ao lado de cada uma, já
eram as primeiras palavras. Mesmo quando o animal oferecia perigo ou era feroz,
como no caso da letra ”C” de Cobra, do “O” de Onça e do “T” do Tigre. O sentido
era pequeno diante da novidade que eram as letrinhas do alfabeto dos animais.
Mas aos poucos, a vida vai nos apresentando o significado das coisas e com ele
o nosso pensamento vai tecendo uma teia de letras que formam palavras nem
sempre bonitas de se dizer. É hora de pensar antes de falar, antes de escrever.
Acontece
que diante situações que nos angustia, falamos como se fôssemos desprovidos de
cérebros. Falamos mais pelas vísceras que movem nossas emoções e por isso
deixamos de filtrar as impurezas das palavras que magoam. Das palavras que
separam. Das palavras que não educam.
Nem
sempre podemos ser completamente francos nas palavras. Não que isso seja
argumento para usarmos as palavras como enfeites, nem mentirmos através delas
ou enganarmos. Não devemos usar as palavras para forjarmos verdades. Não
devemos usar as palavras para iludir. Não! As palavras são a ponte de
entendimento humano que se faz registro quando escrevemos e se demora no tempo
alcançando uma geografia tão grande que ultrapassa os limites de muros.
Formar
palavras que construam pontes é o grande desafio para quem as escreve. E, nesta
perspectiva, tentarei ao máximo escrever com a mesma postura da criança que
atentamente conhecia as letrinhas do alfabeto como se folheasse um álbum de
figurinhas e delas ia formando muitos pensamentos para poder dialogar e
aprender com as pessoas sabidas, mas sem perder de vista as palavras lidas com
os olhos do coração.
sábado, 8 de julho de 2017
À margem
À margem
(Tereza Cristina)
Não
me informe com infâmias!
Meu
cérebro, saturado de sua lucidez,
Dispensa
as considerações.
Quero
estar alheia de notícias vãs.
E
fecho a porta dos olhos e ouvidos.
Saber
que entope minha alma,
Não me importa.
Desligo
então, o rádio e a TV.
Quero
páginas com poemas.
Catalogadas
a dedos.
Meus!
Quero
crônicas de vida.
Histórias
de gente sofrida.
Conhecer
o seu dilema
E
nele, entender o gineceu.
Quero
ver jardins floridos
Paisagens
naturais
Água
doce cristalina
Saltitar
feito menina!
Quero
música com ânima!
Sons
que tricotam esperança.
Palavras
de autoestima
Carregadas
de lembranças.
Deixa-me
escolher
O
mundo que’u quero ter!
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