segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Para além de uma foto


Uma história para além de uma foto
Tereza Cristina



Hoje , ouvindo as celebrações de jovens que passaram no vestibular, lembrei de mim ... Quis buscar em uma foto que usei para me matricular no concurso de então. O ano era 1975.  Já no seu final. Estava concluindo o terceiro ano científico no Colégio Estadual Murilo Braga. Tinha um receio enorme de não ser aprovada.  Seria uma porta de entrada; e, caso não conseguisse transpor, minha vida teria tido outro rumo... Lembro que entre receios e determinação, fui à luta. Com o que tinha e com o que podia.  E consegui! E a cena inesquecível nunca sairá de minha mente.
Quanto a foto, não achei...
Encontrei outra. Bem anterior.
Ei-la, associada a um poema que fiz e guardei em um álbum de recordações.



Na verdade não se trata de saudosismo...
Essa foto tem uma história...




Eis aí, eu com meus 14 anos de idade cheia de lirismo mas sem perder de vista o futuro. Eis ainda menina-moça com vontade de mudar o meu próprio mundo. Principalmente, com vontade de enfrentar o mundo e abrir caminhos pra que eu mesma pudesse passar... Foi um tempo de decisão, de enfrentamento, de determinação... 
Cursava a quarta série ginasial e a foto 3X4 fora tirada para matrícula do Colégio Estadual “Murilo Braga”, lá pelos anos de 1972...Era ainda  o ano de 1971 no  seu finalzinho, no mês de dezembro e eu com uma predeterminação de investir meus esforços para a aprovação no vestibular. Como num toque de mágica, mudei minha postura de adolescente dispersa focando leituras e tempo para o alcance dos meus objetivos. E começou a funcionar como um mecanismo de defesa para abrir a porta de minha liberdade e  independência financeira.
 (Anos depois foi que entendi melhor:  era mais que isso, era  a porta da realização pessoal).
Revendo esta foto percebi bem mais que meu rosto.  Ela me remetera às interações com grandes mediadores educacionais que tive na  época.
 Tinha sido aluna de grandes professores lembrados até hoje pela didática diferenciada da dos demais. Moacir, licenciado em geografia e professora Neuza graduada em história. Ambos eram de Aracaju e traziam novidades que causaram um reboliço em minha alma...
Toda vez que vejo esta foto, lembro-me de tudo isto.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Tempos Modernos?!





Tempos modernos?
Tereza Cristina
          Uma sociedade que não internaliza valores de civilização que assegurem a convivência harmônica entre todos está fadada ao retrocesso. Falta-lhe o espírito humano e a sensibilidade do Ser. Poderá até progredir economicamente, mas sucumbirá espiritualmente.
           A organização social compreende interrelações humanas que são permeadas de crenças e expressões de pensamentos. Tudo ocorre em construção que necessita de espaço e de tempo e se dá pela assimilação, compreensão e aplicação do conhecimento historicamente acumulado. Cada contexto retrata nos indivíduos sua forma de compreensão de vida, de mundo.
          O descaso histórico de políticas públicas nos aspectos educacionais fortalece nas pessoas atitudes grosseiras e animalescas que se tornam hábitos e costumes considerados naturais. Exceção será o modo educado de conduzir o comportamento dos que, se baseando no respeito ao próximo, demonstre uma atitude solidária sem que para isso esteja participando de alguma campanha filantrópica de cunho religioso ou social.
           Há, portanto, uma inversão de conceitos do 'certo' e do 'errado' que se estabelece na medida em que as mentes vão se solidificando e, como consequência pouco a pouco se atrofiam condensando sua própria visibilidade até que, de tão pesadas, não se sustentam mais em suas próprias cabeças, necessitando assim, de ideias alheias para sua devida manipulação.
          Diante disso, entendemos que situações desfavoráveis à humanização transformam o homem em objeto e coisifica seu estar no mundo favorecendo assim a alienação do homem enquanto Ser.
         Tais observações parecem nos servir como análise do comportamento social dos cidadãos. E, a tentativa de questionamentos sobre a aceitação dessa desumanização provoca em nós uma reflexão sobre a condução que estamos dando à nossa sociedade no tocante à preservação de princípios norteadores de condutas humanas.