Então eu me vi ali... Cada canto estava cheio de lembranças. E tudo parecia estar esperando. A luminosidade favorecia as cores e as formas. Como por encanto me vi na moldura do centro da sala. Imaginei a estação do inverno e senti frio. Mas, era apenas o vazio cheio de saudades. Um cenário familiar. Nele, havia uma história revelada na disposição dos objetos que enfrentando o tempo, resistia aos sentimentos como quem temia mudanças. A leveza do espaço transmitia uma harmonia. Uma música num tom suave instigava a todos tecendo os assuntos na sua diversidade e garantia uma conversa agradável. Naquele clima de empolgação, a estética se constituía em um belo quadro que visto por inteiro, transmitia um momento de vida. Foi então que me peguei em prantos. E as lágrimas que escorriam em meu rosto limpavam as ilusões e me traziam de volta à minha realidade. Saltei do sono para o bocejo. Levantei e caminhei em direção à janela com cortinas empoeiradas que me fizeram espirrar. Ainda sonolenta, acordei antes de saber mais para poder aqui contar.
Que sonho!
(Tereza Cristina)