Um
dedo de prosa com a poesia
Tereza Cristina
Aqui,
comigo mesma, experimentando sentimentos universais, converso com os meus
botões e não me permito estar sozinha.
Recordo situações que vivi e, de tão gratificantes, ficaram cá dentro de
mim... Agora elas surgem como acordes musicais me dando a chance de saborear
lindas melodias e na dança da vida, ensaiar novamente passos sincrônicos.
Desde
que outros passos aumentaram a velocidade, meus pés não puderam alcançar mais
os seus. E, nos rastros deixados por eles, ficaram anotações das coisas do
coração. São lembranças vivas que insistem em permanecer na minha memória
afetiva tramando um eternizar do sentimento. Lembranças que de tão claras se
confundem com a vida presente e se fazem um presente que a vida me dá. Essas
lembranças me servem para guardar momentos como que buscando preencher o vazio
deixado pela sua ausência. Foi então que
conheci o poder do monólogo. E a partir daí, nunca mais a solidão me apavora.
Nos
caminhos da vida, cruzamos com pessoas que aprendemos a amar. Mas, elas nem
sempre seguem os trilhos que nós escolhemos. No entanto, suas imagens gravadas
em nossa alma nos fazem sentir acompanhados ainda que as distintas direções não
tenham permitido as suas companhias. É desse modo que aprendemos a superar a
dor da separação daqueles que amamos.
Porém,
a separação nem sempre é definitiva aos nossos olhos. Como a vida é uma roda, em
círculos andamos. E, se uns passos aceleram a velocidade por isso mesmo podem
muito bem reencontrar os que não tiveram pressa alguma.
2 comentários:
Quando trabalhada em reflexão perene a alma fica mais valiosa. Bela manifestação do ser.
Meu caro amigo, Jackson! Palavras ditas por quem sabe o devido alcance delas são alimento para a vida! Grata!
Postar um comentário