"(... )Nos meus quatro anos de idade já completos, morando na Rua das Flores, fazia o percurso pela Rua do Sol. Para ir à casa de vovó Ceça, passava na calçada de um velho sobrado que ficava na esquina ao lado da Igreja. Sempre emperrava a caminhada e dava um jeito de olhar pelas gretas das portas, que tinham batentes altos, e, curiosamente, ouvia as vozes que vinham de dentro. Seguindo o percurso, questionava minha mãe sobre o que ali acontecia. Descobri então a Escola! Devia ser um lugar bom porque, nas minhas investigações de criança curiosa, ouvia risadas, cantos e falas que me fizeram querer também estar ali. Tanto insisti que acabei por convencer minha mãe a me matricular. Era uma Escola Paroquial, administrada pelo saudoso Padre Everaldo, e nela funcionava um anexo de pré-escolar tendo D. Maria José de Candoca como responsável. Dona Gina foi a minha primeira professora no Jardim de Infância de Itabaiana. Ainda existe o efeito da alegria que senti em me ver levando a merendeira na transversal do meu tórax, segurando na mão direita a pastinha azul-marinho que guardava o ABC dos animais e as lições básicas do alfabeto de forma divertida: A de abelha, B de borboleta, C de coelho, D de dromedário... Na primeira semana eu já tinha aprendido todas as letras e distinguia as minúsculas das maiúsculas. Essa foi minha primeira convivência social, que durou até os meus seis anos de idade." 

in: Itabaiana de minha infância.  LEMBRANÇAS DA MINHA PRIMEIRA INFÂNCIA, Crônica-2 , Tereza Cristina Pinheiro Souza.